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PROJETO | EQUIPE | FERRAMENTA | BIBLIOGRAFIA | PUBLICAÇÕES | DOCUMENTOS | Atualização: Out/2004 |
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Diagnóstico
O nódulo pulmonar é definido como uma estrutura
esférica com diâmetro de até 3 cm. É geralmente um achado radiológico em paciente
assintomático, principalmente quando único (ou solitário), e persiste até hoje como um
desafio diagnóstico. Apesar de um contorno liso e regular ser condizente com um processo
benigno, e de um contorno espiculado e irregular ser mais encontrado no nódulo maligno,
as exceções são numerosas. O critério radiológico mais confiável vem da análise do
conteúdo e densidade do próprio nódulo. Desse modo, a alta proporção de
calcificação ou de gordura são critérios conclusivos de benignidade, e são os únicos
que permitem, por si próprios, afastar a necessidade de um procedimento invasivo para o
esclarecimento da natureza do nódulo. Infelizmente,
a maior parte dos nódulos são classificados como indeterminados pois possuem uma
densidade intermediária entre a gordura e a calcificação. Para este tipo de nódulo os
critérios clínicos da estabilidade e de fatores de risco para o câncer, passam a ser
particularmente importantes para o diagnóstico e definição da conduta. Um nódulo com
dimensões comprovadamente inalteradas por um período de dois anos ou mais, pode ser
considerado benigno, mas há necessidade que a documentação radiológica esteja
disponível, o que freqüentemente não acontece. Por outro lado, para um paciente com
carga tabágica pronunciada e com nódulo pulmonar, prevalece a suspeita de câncer até
prova em contrário. Alguns clínicos e cirurgiões adotam uma conduta de seguimento
radiológico para alguns nódulos indeterminados em pacientes não- fumantes ou com carga
tabágica mínima, indicando a ressecção caso seja percebido qualquer aumento do nódulo
(Figura 10a e 10b).
O método
menos invasivo utilizado por alguns grupos como uma tentativa para definir o diagnóstico
é a punção transtorácica do nódulo ou, mais raramente, a biópsia transbrônquica. A
par das dificuldades técnicas em função do tamanho e localização do nódulo, e da
quase obrigatoriedade da disponibilização da tomografia computadorizada para conseguir
uma correta amostragem, a indicação do procedimento esbarra em críticas e a
interpretação em limitações. Para um nódulo maligno a sensibilidade e a
especificidade da punção é, sem dúvida alta, superando, na maioria das séries, 90%.
Entretanto para autores que não indicam a punção na suspeita de malignidade, esta
exporia ao risco desnecessário de uma eventual disseminação e outras complicações,
sem alterar a conduta que continuaria sendo a ressecção cirúrgica. Por outro
lado, a punção de um nódulo suspeito de benignidade encontra o problema da baixa
sensibilidade, pois freqüentemente a punção não chega ao diagnóstico da etiologia do
processo benigno. O resultado expresso apenas como ausência de malignidade na amostra
examinada, não dá a certeza da inexistência de um processo maligno, principalmente se
houver dúvida que a biópsia tenha sido tirada de uma área representativa. Desse modo, o
procedimento cirúrgico de ressecção, com biópsia de congelação, é ainda hoje o
método mais usado para o diagnóstico da natureza do nódulo pulmonar de natureza
indeterminada. Feita a indicação cirúrgica, é verificado que pelo menos a metade dos nódulos são benignos, e a grande maioria constituem-se de granulomas de origem tuberculosa (tuberculomas). Desta forma, um número expressivo de procedimentos não seriam necessários, caso houvesse um aperfeiçoamento dos recursos diagnósticos. Mesmo o mais promissor método de imagem, a Tomografia por emissão de positrons (PET Scan), de uso ainda muito restrito, parece encontrar dificuldades em diferenciar a lesão maligna da tuberculose (Figura 11).
A quantificação dos dados da Tomografia Computadorizada Helicoidal com a volumetria do nódulo, capaz de aferir pequenas variações de volume em período curto de tempo, e o histograma do nódulo com e sem contraste, para melhor estudo da sua vascularização e composição, são técnicas que poderão dar subsídios até agora não padronizados, para melhor apoiar uma conduta conservadora ou intervencionista. Em relação ao granuloma tuberculoso, o tema adquire especial relevância, pois, quanto a esta afecção, não se pode esperar que maiores dados venham de países mais desenvolvidos que, embora estejam avançados na área da quantificação da imagem, têm baixa ocorrência de tuberculose. Este trabalho aproveita a mesma linha do trabalho
experimental em vias de conclusão sobre a Reconstrução
Tridimensional Pulmonar a partir de cortes de Tomografia Computadorizada com Volumetria
Pulmonar Estudo Experimental em cães, utilizando a mesma
metodologia de medida através do deslocamento de água para a medida direta, e o software
já desenvolvido pela equipe do IMPA e do Laboratório Tecgraf da PUC/Rio. Nestas reutilizações espera-se contar com dois pontos
de facilitação : 1. A medida direta de um nódulo é mais
simples que a do pulmão inflado pois o primeiro não exigiria manobras laboriosas para a
sua submersão. 2. O processo de segmentação pulmonar é
facilitado pelo acentuado contraste natural entre o pulmão e o nódulo o que permitiria o
emprego da experiência já adquirida com a técnica de threshold, base do software já desenvolvido para
o primeiro projeto. Além disso, a parte clínica do projeto não altera o fluxo
diagnóstico e terapêutico para o paciente com nódulo pulmonar solitário, o que vem
facilitar a sua apreciação sob o ponto de vista ético (Figura 12 A e B). Figura 12 Paciente de 82 anos com nódulo pulmonar do Lobo Superior Esquerdo. Em A nota-se tomografia computadorizada que demonstrou um nódulo de contorno irregular, bem contrastado do parênquima. A peça cirúrgica em B mostrou-se tratar de um adenocarcinoma. Vinte pacientes
portadores de nódulo pulmonar solitário, com diagnóstico feito pela Teleradiografia
Simples de Tórax, atendidos pela Disciplina de Cirurgia Toráxica da Faculdade de
Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, serão encaminhados para o
Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz, para a realização de Tomografia
Computadorizada Helicoidal. Os critérios básicos de encaminhamento serão: 1. Paciente acima de 14 anos. 2. Nódulo pulmonar periférico ao exame
radiológico simples 3. Ausência de critério radiológico
inequívoco de benignidade (Calcificação total ou em pipoca, documentação
radiológica que comprove a estabilidade das dimensões do nódulo por um período igual
ou superior a dois anos, preenchimento total do nódulo por gordura). 4. Ausência de história de alergia a iodo. |