A situação em 1968

Em 1968 a Cadeira de Física Nuclear do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia Cências e Letras da USP, tendo o Prof. Oscar Sala como Catedratico de Física Nuclear, recebia um Computador IBM do tipo /360-44, para ser ligado em linha com o sistema de tomada de dados das experiências a serem realizadas no acelerador Pelletron, na época ainda em construção. Esse computador, moderníssimo para a época, tinha entrada por cartões perfurados, uma memoria de 32 kbytes ( que poderia ser expandida, a um alto custo, até 256 kbytes) e tinha uma saida por impressora de linhas (imprimia mecanicamente uma linha de caracteres de uma vez). Este computador, além de atender a demanda de tomada de dados em tempo real, era usado também para calculos científicos em batch, isto é, um pacote de cartões com o programa a ser executado era entregue num guichet de recepcão e algumas horas, dias ou semanas depois, dependendo do tempo de execução requerido (que podia variar de alguns segundos a algumas dezenas de horas), se recebia os cartões de volta, junto com os resultados impressos (se ouvesse uma vírgula errada, era recomeçar o processo!). Por necessidade de trabalho, eu era um usuário desse sistema.

Nessa época, outros departamentos da USP (Economia, Engenharia Elétrica, etc.) começavam também a receber alguns computadores que complementavam o computador do CCE-USP (Centro de Computação Eletrônica da USP).

Fora da USP, no final da decada de 50, lembro ter visitado um computador recebido pelo Departamento de Aguas do Estado que na época estava sendo usado pelo saudoso Físico Sérgio Porto para fazer cálculos de modelos de moléculas. Em 1959 o Jockei Club de São Paulo recebia um computador para os importantes cálculos necessários para determinar rapidamente quanto receberiam os ganhadores das apostas! Quando o computador entrou em operação, substituiu (segundo informações recebidas na época) o trabalho de 700 calculistas humanos que, com o auxilio de máquinas de calcular, faziam o referido serviço. No Rio de Janeiro, o IBGE também recebeu um computador nessa época, (início da decada de 60 ) que, além do uso pela instituição, era também usado por pesquisadores do CBPF para cálculos científicos.

Em 1968 diversos computadores ja estavam implantados no Brasil em diversas organizações Públicas e Privadas e o País entrava na "Era da Computação".

No Exterior,em 1968 o computador deixava de ser de uso exclusivo para cálculos de carater técnico-científico e entrava para as aplicações comerciais. Os primeiros usos do computador nas Artes se iniciavam e algumas exposições desses trabalhos começaram a se realizar, como manifestações de vanguarda.

Em fins de 1968 passei a ser o Diretor do Departamento de Física da FFCL-USP Era esta a situação quando conhecí Waldemar Cordeiro e iniciamos nossa colaboração.


Retornar ao Índice
Back to Arteônica Home Page