Derivadas de uma imagem

Depois de concebida a idéia de trabalhar com a derivada de imagens, passamos à sua realização.

Os vários passos seriam: escolher uma imagem; digitaliza-la; preparar os cartões com os dados da imagem digitalizada; escrever um programa para efetuar a operação "derivar"; preparar os cartões com o programa; alimentar o computador com os catões de dados da imagem digitalizada; alimentar o computador com os cartões do programa; rodar o programa.

Antes de iniciar a seqüência acima foram feitas experiências para verificar qual seria o número conveniente de pontos (linhas e colunas) em que seria dividida a imagem e o numero de níveis de claro/escuro a ser utilizado. Foram impressas várias combinações de caracteres e superposição de caracteres para se ter uma idéia das possibilidades. Para ter pontos bem escuros utilizamos um recurso disponível de superpor linhas, isto é, instruir a impressora a imprimir duas linhas sucessivas sem avançar o papel (como às vezes acontece quando tiramos um extrato no banco e o avanço do papel emperra!).

Fixamos o número de pontos da imagem em 98 X 112 (10.976 pontos) e o número de níveis em sete.

Cordeiro escolheu a imagem, um poster promocional para o dia dos namorados e, com os dados acima passou a atribuir um número de zero a seis a cada um dos 10.976 pontos da imagem, conforme o nível de preto no ponto.

Para a realização do programa contei com a colaboração de um estudante de nome Wisnick e passamos a concebe-lo. Para realizar uma derivada numericamente, fizemos as diferenças entre os números que caracterizam pontos sucessivos (tomado sempre como positivo para nosso objetivo). Assim, por ex., se numa linha temos a seguinte sucessão de pontos, a linha "derivada" tem a estrutura indicada na segunda linha:

original 000000666665553211111000000

derivada 000000600001002110000100000.

Se usarmos apenas este processo, uma quebra de intensidade ao longo de uma coluna aparecerá distorcida. Foram tomadas providências para que o programa identificasse corretamente quebras de intensidade, independentemente da direção em que ocorriam.

Após perfurados os cartões, inclusive com os dados da imagem, o programa foi rodado gerando a imagem original e sua imagem derivada. O resultado nos agradou e nos ocorreu que poderíamos usar o mesmo programa para fazer derivadas sucessivas automaticamente. Realizamos até a terceira derivada e verificamos que quanto mais alto o nível de derivação, mais irreconhecível ficava a imagem, como seria de se esperar. Por outro lado achamos que a perda de de definição era, em si, um resultado interessante.

Decidimos assim que o trabalho seria constituido pelo conjunto de quatro imagens: original (transcrição do poster) e as tres derivadas sucessivas.

A imagem está um pouco distorcida, tendo sua altura exagerada em relação à largura mas decidimos mante-la sem alterações.

Apesar de termos considerado a possibilidade de efetuar a derivada de outras imagens e de aperfeiçoar os procedimentos, Derivadas de uma imagem foi o único trabalho que realizamos com o programa.


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