![]() |
28 Sep 1998
Revista Época - seção Ciência e Tecnologia |
Artigos dão o poder de fogo
Docentes de programas nota 7 publicam mais
As notas de 1 a 7 dadas aos programas de pós-graduação
inauguraram uma nova metodologia de avaliação da Capes. Até 1996,
os cursos que conseguiam conceito A alcançavam o teto. "Percebemos que
muitos já haviam passado desse nível. Então levantamos o teto",
explica o ministro da Educação, Paulo Renato Souza. Os 1.293
programas passam a ser avaliados com notas de 1 a 5 para os que têm
apenas mestrado e até 7 para os que incluem doutorado.
A diferença entre o 6 e o 7 decorre da excelência de cada
programa traduzida em alguns critérios quantitativos e qualitativos.
É preciso, por exemplo, que os programas tenham inserção
internacional, corpo docente com experiência em centros do exterior,
dedicação exclusiva e, especialmente, que publiquem artigos em
revistas estrangeiras de impacto. Uma publicação de impacto é
aquela lida pela nata de cientistas e intelectuais que trabalham em
determinada área nos principais centros. Ter um artigo aceito em
revistas como Nature e Science é importante para o pesquisador por ser
uma garantia de que ele será lido e comentado pela comunidade
científica. Os 23 programas avaliados com o conceito máximo têm a
maioria de seus docentes publicando um ou mais artigos por ano nas melhores
revistas do mundo - ou seja, eles produzem mais, com mais qualidade.
As estrelas atribuídas a cada programa a seguir têm o
seguinte significado, segundo a quantidade: duas, adequado; três,
regular; quatro, bom; cinco, muito bom.
Neldson Marcolin (colaboraram:
Mirian Ibañez, Frances Jones
e
correspondentes)
![]() |
Impa
O que turismo histórico tem a ver com as cincunspectas atividades do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) do Rio de Janeiro? Tudo, segundo os responsáveis pelo Laboratório de Computação Gráfica, Jonas Gomes e Luiz Velho. Essa unidade do Impa criou o primeiro binóculo virtual da América Latina: dois tubos de vidro que simulam os movimentos de quem está por trás dele, cujas imagens podem ser alteradas em computador. "Com esse aparelho, um turista poderia ver o Corcovado sem os prédios em volta ou como era o Rio há 500 anos", sugere Gomes. Os pesquisadores citam o exemplo para mostrar como as pesquisas do instituto podem servir à sociedade de várias maneiras. O Impa foi a primeira unidade de pesquisa criada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico (CNPq), em 1952, e hoje tem 300 professores e pesquisadores. Seu principal objetivo é desenvolver modelos matemáticos para usos tão diversos como diagnóstico de tuberculose ou para a segurança de fundos de cédulas e moedas. O diretor-adjunto, César Camacho, diz que não faltam equipamentos e verbas para pesquisa, mas considera os salários baixos: o mais alto é de cerca de R$ 3 mil. "Estamos perdendo gente para institutos e universidades do exterior por causa disto", alerta. | |||||||||||||||||||||||||||||||
|